Peguei na Serra da Estrela
para serrar uma cadeira
e apanhei um nevão
numa serra de madeira.
Com as linhas dos comboios
bordei um lindo bordado,
quando o comboio passou
o pano ficou rasgado.
Nas ondas do teu cabelo
já pesquei duas pescadas.
Olha para as ondas do mar,
como estão despenteadas.
Guardo o dinheiro no banco,
guardo o banco na cozinha.
Tenho cem contos de fadas,
que grande fortuna a minha.
Com medo que algum ladrão
um dia me vá roubar,
mandei pôr na minha porta
três grossas correntes de ar.
Encomendei um cachorro
naquela pastelaria;
quem havia de dizer
que o maroto me mordia?!
Apanhei uma raposa
no exame e estou feliz:
vejam que lindo casaco
com a sua pele eu fiz.
Entrei numa carruagem
para voltar à minha terra,
enganei-me na estação
e desci na Primavera!
Este poema foi retirado do livro "Poemas da Mentira e da Verdade". Podem ler mais poemas engraçados como este, aqui.
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